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A provocativa e muitas vezes confusa política externa dos EUA de Donald Trump está de volta


Palm Beach, Estados Unidos:

Num discurso provocativo e que ganhou as manchetes na terça-feira sobre as suas ambições territoriais para os Estados Unidos, o novo líder norte-americano, Donald Trump, foi pesado na intimidação, mas pouco nos detalhes – deixando muitos a perguntar-se até que ponto os comentários deveriam ser levados a sério.

Numa conferência de imprensa desconexa na sua propriedade em Mar-a-Lago, na Florida, Trump disse que não descartaria o uso de coerção militar ou económica para adquirir a Gronelândia e o Canal do Panamá, e prometeu submeter o Canadá.

Ele chamou a fronteira com o vizinho do norte dos Estados Unidos de “linha traçada artificialmente” e prometeu renomear o Golfo do México como “Golfo da América”.

A livre conferência de imprensa trouxe à mente as muitas declarações bombásticas e provocativas do republicano durante o seu primeiro mandato, quando disse que encorajaria a Rússia a “fazer o que quiserem” com os aliados da NATO e chamou o líder da Coreia do Norte de “um homem-foguete numa missão suicida.”

Nas Nações Unidas, os últimos comentários do novo líder dos EUA mereceram poucos aplausos.

“A Carta é muito clara na necessidade de cada Estado-membro respeitar a integridade territorial de outros Estados”, disse Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, aos jornalistas.

Ameaçando Panamá, Groenlândia

Sobre o estratégico Canal do Panamá, construído pelos Estados Unidos e entregue ao país centro-americano há 25 anos, Trump disse que a hidrovia era “vital para o nosso país”.

“Olha, o Canal do Panamá é vital para o nosso país. Está a ser operado pela China – China! – e demos o Canal do Panamá ao Panamá, não o demos à China”, disse Trump. “E eles abusaram disso, abusaram desse dom.”

O Panamá negou repetidamente as alegações de Trump de que a China recebeu um papel na gestão do canal ou recebeu taxas preferenciais para utilizá-lo.

Quanto à Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, aliada de longa data dos EUA, Trump disse: “Precisamos da Groenlândia para fins de segurança nacional”.

O Canadá também será incluído em breve, prometeu Trump.

“Você se livra dessa linha traçada artificialmente e olha como ela é, e também seria muito melhor para a segurança nacional”, disse Trump.

Temas familiares

Embora a fixação de Donald Trump no Canal do Panamá seja relativamente nova, o seu interesse na Gronelândia não o é: ele já tinha levantado a ideia de comprar a ilha durante o seu primeiro mandato, suscitando uma forte recusa das autoridades locais.

Seu filho, Donald Jr., chegou à Dinamarca em viagem particular na terça-feira.

Trump, no entanto, descartou o uso da força militar contra o Canadá, que entrou em crise política na segunda-feira, quando o primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou seus planos de renunciar.

Trump ameaçou usar a “força económica” contra Ottawa, depois de sugerir que o Canadá se tornasse o 51º estado dos EUA.

A reação de Trudeau: “Não há nenhuma chance de bola de neve no inferno de que o Canadá se torne parte dos Estados Unidos.”

O seu governo está, no entanto, a preparar-se para a possibilidade de Trump levar a cabo as suas ameaças de tarifas de 25% sobre as importações canadianas.

Durante o seu primeiro mandato, o multimilionário republicano Trump acusou frequentemente os aliados dos EUA – especialmente a NATO – de usarem a parceria e exigiu-lhes que pagassem.

Não ficou claro se Trump, cuja tomada de posse terá lugar em 20 de Janeiro, estava a considerar seriamente a expansão do território dos EUA, inclusive através da força militar, ou se tais declarações sensacionais eram apenas uma táctica de negociação para obter concessões económicas ou políticas.

(Esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é gerada automaticamente a partir de um feed distribuído.)


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