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Polícia tailandesa caça assassino por atirar em figura da oposição cambojana

O chefe da polícia de Bangkok diz que a investigação inicial sugere que um homem armado foi contratado para executar o tiroteio de terça-feira.

A polícia da Tailândia emitiu um mandado de prisão para um homem armado suspeito de matar a tiros um político da oposição cambojana em um ataque descarado no centro de Bangkok na terça-feira.

O chefe da polícia de Bangkok, Siam Boonsom, disse aos repórteres na quarta-feira que a investigação inicial os levou a acreditar que o atirador foi contratado para executar o tiroteio. O assassinato de Lim Kimya ocorreu no momento em que o antigo governante do Camboja, Hun Sen, exigia que qualquer pessoa que se opusesse ao regime do país, agora liderado pelo seu filho Hun Manet, fosse marcada como “terrorista”.

“Reunimos provas e sabemos quem é o autor do crime… Neste momento estamos a trabalhar para o prender”, disse Siam aos jornalistas.

A vítima foi possivelmente identificada como assassino por outra pessoa, acrescentou o delegado, lembrando que esta pessoa também é procurada.

Ele se recusou a fornecer mais detalhes, citando uma investigação em andamento.

“As autoridades tailandesas devem investigar e processar imediata e exaustivamente os responsáveis”, disse Bryony Lau, vice-diretora para a Ásia da Human Rights Watch, num comunicado.

Kimya, de 74 anos, era membro do Partido de Resgate Nacional do Camboja, a oposição popular que foi dissolvida por um tribunal antes das eleições de 2018 devido a um suposto plano de traição.

O CNRP disse na altura que as acusações contra ele foram fabricadas pelo Partido Popular Cambojano, no poder.

Governo acusado

Dezenas de activistas da oposição cambojana fugiram para a Tailândia nos últimos anos para evitar uma alegada repressão no seu país. Alguns foram presos e deportados de volta ao país.

O antigo primeiro-ministro Hun Sen governou o Camboja com mão de ferro durante 38 anos, com grupos de direitos humanos a acusá-lo de usar o sistema legal para esmagar a oposição ao seu governo. Ele deixou o cargo e entregou o poder a seu filho Hun Manet em 2023, mas ainda é visto como uma grande potência no reino.

Sam Rainsy, rival de longa data de Hun Sen, acusou-o de estar por trás do assassinato.

“A mão de Hun Sen pode ser vista por trás do assassinato de Lim Kimya, assim como esteve por trás dos inúmeros crimes políticos no Camboja, que sempre ficaram impunes”, disse Sam Rainsy em um comunicado publicado em sua página no Facebook.

O porta-voz do governo cambojano, Pen Bona, disse à agência de notícias AFP que o assassinato ocorreu na Tailândia “então as autoridades tailandesas cuidarão do caso”.

Ele negou que o governo estivesse envolvido no assassinato, dizendo que figuras da oposição “acusam sempre o governo de tudo, sem fundamento e sem qualquer prova”.

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