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Hamas nega alegação de Israel sobre retrocesso do grupo no acordo de cessar-fogo


Cairo:

Dois líderes do Hamas rejeitaram na quinta-feira as alegações israelenses de que o grupo operador palestino estava recuando em elementos do cessar-fogo em Gaza e do acordo de libertação de reféns anunciado no dia anterior.

A mídia israelense disse que a ratificação do acordo pelo governo pode ser adiada, em parte devido a divergências dentro da coalizão governante.

Dois membros do gabinete político do Hamas rejeitaram uma declaração do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, segundo a qual o grupo estava a renegar elementos do acordo para “extorquir concessões de última hora”.

“Não há base para as alegações de Netanyahu sobre o movimento retroceder nos termos do acordo de cessar-fogo”, disse Sami Abu Zuhri, oficial do Hamas, à AFP.

Outro membro do gabinete político, Izzat al-Rishq, disse separadamente num comunicado: “O Hamas está comprometido com o acordo de cessar-fogo, que foi anunciado pelos mediadores”.

O gabinete de Netanyahu havia dito anteriormente que o gabinete israelense não se reuniria para votar o acordo até que os mediadores notificassem Israel de que o Hamas havia aceitado todos os elementos do acordo.

O acordo, que se seguiu a muitos meses de negociações fracassadas, foi mediado pelo Egipto, pelo Qatar e pelos Estados Unidos.

À meia-noite (22h GMT de quarta-feira), o gabinete de Netanyahu disse que os “detalhes finais” ainda estavam sendo negociados e que o primeiro-ministro não comentaria até que o acordo completo fosse acordado.

De acordo com a rádio pública israelita, o atraso na emissão de tal declaração deve-se a uma crise dentro da coligação governamental que envolve o ministro das Finanças de extrema-direita, Bezalel Smotrich, que se opôs veementemente a qualquer acordo para acabar com a guerra.

Citando uma fonte próxima às negociações, a emissora pública Kan disse que Netanyahu queria proteger a integridade de seu governo, mas que Smotrich representava uma “ameaça real”.

Na quarta-feira, Smotrich classificou-o como um “acordo perigoso” para a segurança de Israel.

O partido de Smotrich, o Sionismo Religioso, emitiu na quinta-feira um comunicado dizendo que apoiava o ministro das finanças e “se opõe fortemente ao acordo”.

O acordo de cessar-fogo deverá pôr fim a mais de 15 meses de guerra, com os mediadores a afirmarem que envolve três fases.

No primeiro, uma trégua começaria no domingo e 33 reféns seriam trocados por 1.000 prisioneiros palestinos ao longo de 42 dias, enquanto a ajuda à devastada Faixa de Gaza aumentaria.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)


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