“Dia mais sangrento” para Gaza enquanto os ataques aéreos continuavam por horas em torno do cessar-fogo
O frágil acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas foi marcado pela violência, com pelo menos 115 pessoas mortas em Gaza, incluindo 28 crianças e 31 mulheres, e mais de 265 feridas, segundo Mahmoud Basal, porta-voz da agência de Defesa Civil de Gaza.
As horas que cercaram o acordo de cessar-fogo foram consideradas “o dia mais sangrento da semana passada” para Gaza, observou Basal, por NBC. Apesar do anúncio do cessar-fogo, Israel continuou a bombardear Gaza, matando civis palestinianos e provocando condenação generalizada.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas denunciou os ataques, dizendo “estamos consternados porque, pouco depois do anúncio do acordo, Israel continuou a bombardear Gaza indiscriminadamente, matando civis palestinos, apesar das expectativas de calma até que o cessar-fogo entrasse em vigor”.
O conselho instou todas as partes a aceitarem o acordo de cessar-fogo em Gaza para pôr fim a “15 meses de sofrimento imenso e terrível em Gaza”. A votação do governo israelita sobre o acordo, realizada na sexta-feira, determinará o destino do cessar-fogo, com a possibilidade de entrar em vigor já no domingo.
No entanto, a situação continua terrível, as Forças de Defesa de Israel disseram na quinta-feira que realizaram ataques contra aproximadamente 50 alvos em toda a Faixa de Gaza, incluindo terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica, complexos militares e instalações de armazenamento de armas, “durante o último dia”.
A ofensiva de 15 meses em Gaza resultou na morte de mais de 46.500 pessoas, incluindo milhares de crianças, segundo autoridades de saúde locais. A comunidade internacional, incluindo o Secretário-Geral da ONU, saudou o acordo de cessar-fogo como um “primeiro passo crítico” para pôr fim ao conflito.
À medida que a situação em Gaza continua a evoluir, o mundo observa com a respiração suspensa, na esperança de uma paz duradoura. O acordo de cessar-fogo, mediado pelo Egipto, pelo Qatar e pelos EUA, descreve uma fase inicial de cessar-fogo de seis semanas, incluindo a retirada gradual das forças israelitas de Gaza e a libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
Contudo, o caminho para a paz é longo e árduo, com raízes históricas profundas que precisam de ser abordadas.
Na quinta-feira, num vídeo captado pela NBC News, os corpos de quatro crianças jaziam sem vida no chão, envoltos ao lado dos cadáveres de outras vítimas no Hospital Baptista Al-Ahli. Testemunhas disseram que foram mortos na série de ataques aéreos lançados pela IAF.
“Eles estavam dormindo felizes com a notícia da trégua”, disse um homem à tripulação. Então “os aviões israelenses nos bombardearam”.