Militares israelenses apertam regras da mídia sobre preocupações com processos de crimes de guerra
Jerusalém:
Os militares israelitas impuseram novas restrições à cobertura mediática dos soldados em serviço de combate activo, num contexto de preocupação crescente com o risco de acção legal contra reservistas que viajam para o estrangeiro devido a alegações de envolvimento em crimes de guerra em Gaza.
A medida ocorreu depois que um reservista israelense em férias no Brasil deixou o país abruptamente quando um juiz brasileiro ordenou que a Polícia Federal abrisse uma investigação após alegações de um grupo pró-Palestina de que ele havia cometido crimes de guerra enquanto servia em Gaza.
Segundo as novas regras, os meios de comunicação que entrevistarem soldados com patente de coronel e inferiores não poderão exibir os seus nomes completos ou rostos, à semelhança das regras que já existem para pilotos e membros de unidades de forças especiais, disse o tenente-coronel Nadav Shoshani, um israelita porta-voz militar disse aos repórteres.
Os entrevistados não devem estar vinculados a um evento de combate específico do qual participaram.
“Esta é a nossa nova diretriz para proteger nossos soldados e garantir que estejam protegidos contra esses tipos de incidentes organizados por ativistas anti-Israel em todo o mundo”, disse Shoshani.
Ele disse que, sob as regras militares existentes, os soldados já não deveriam postar vídeos e outras imagens de zonas de guerra nas redes sociais, “mesmo que isso nunca seja perfeito e tenhamos um grande exército”. Também existiam regras e diretrizes de longa data para os soldados que viajavam para o exterior, disse ele.
Shoshani disse que grupos ativistas, como a Fundação Hind Rajab, com sede na Bélgica, que pressionou pela ação no Brasil, estavam “ligando os pontos” entre os soldados que postaram material de Gaza e depois postaram outras fotos e vídeos deles mesmos enquanto estavam de férias no exterior.
No ano passado, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o antigo ministro da Defesa, Yoav Gallant, bem como contra um líder do Hamas, Ibrahim Al-Masri, por alegados crimes de guerra em Gaza, provocando indignação em Israel.
Shoshani disse que houve “um punhado” de casos em que reservistas que viajavam para o exterior foram alvo, além do caso no Brasil, todos iniciados por grupos ativistas que pressionaram as autoridades para uma investigação.
“Eles não abriram uma investigação, não apresentaram queixa ou algo assim”, disse ele.
(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)