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Brasil expressa preocupação com mudanças do Meta na moderação de conteúdo

O procurador-geral brasileiro diz que a decisão do Meta de afrouxar as restrições ao discurso de ódio pode colocá-lo em conflito com as leis do país.

As autoridades brasileiras expressaram “séria preocupação” com o anúncio recente do gigante das redes sociais Meta de que irão flexibilizar as suas políticas que restringem o discurso incendiário e a verificação de factos.

Em comunicado divulgado na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República (AGU) disse que solicitaria mais informações à Meta, acrescentando que a mudança de política pode não estar de acordo com a legislação brasileira.

“Alguns aspectos contidos no documento Meta causam séria preocupação. As mudanças agora relatadas pelo Meta não estão em conformidade com a legislação brasileira e não são suficientes para proteger os direitos fundamentais dos cidadãos”, afirmou o escritório em comunicado.

Na semana passada, a Meta, proprietária de plataformas como o Facebook e o Instagram, descartou um programa de verificação de factos de terceiros, alegando que se tinha tornado uma “ferramenta de censura”.

A empresa também indicou que iria afrouxar as restrições à retórica que poderia ser vista como hostil a grupos como imigrantes e pessoas LGBTQ.

“Estamos nos livrando de uma série de restrições sobre temas como imigração, identidade de gênero e gênero, que são objeto de discurso e debate político frequente”, disse Meta em um comunicado. declaração. “Não é certo que coisas possam ser ditas na TV ou no plenário do Congresso, mas não em nossas plataformas.”

O abandono da verificação de factos ocorreu semanas após a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em 20 de janeiro. Trump criticou repetidamente as plataformas de redes sociais como tendenciosas.

Meta disse em uma carta subsequente que as mudanças na verificação de fatos só serão aplicadas nos EUA e as mudanças nos padrões da comunidade são “limitadas” à política de discurso de ódio.

“A AGU e outros ministérios entendem que os atuais termos de uso, bem como as alterações agora informadas pela Meta, não se enquadram na legislação brasileira e não são suficientes para proteger os direitos fundamentais”, afirmou a Procuradoria-Geral da República.

O Brasil tornou-se um ponto crítico para o debate sobre a liberdade de expressão e a responsabilidade dos gigantes das redes sociais em restringir o discurso de ódio e a propagação de alegações falsas nas suas plataformas. As autoridades governamentais já entraram em confronto com o poderoso magnata da tecnologia Elon Musk e a sua empresa de redes sociais X, anteriormente conhecida como Twitter, por questões de moderação de conteúdo.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também assinou um projeto de lei na segunda-feira proibindo o uso de smartphones nas escolas.

Essa política não está relacionada com a moderação de conteúdos e segue uma tendência global de restrições à utilização de telefones em ambientes académicos por crianças pequenas. Uma pesquisa divulgada em outubro pelo instituto de pesquisas brasileiro Datafolha descobriu que quase dois terços dos entrevistados eram a favor de tais restrições.

“Não podemos permitir que o humanismo seja substituído por algoritmos”, disse Lula em cerimônia fechada no palácio presidencial da capital, Brasília.

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