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Petro da Colômbia suspende negociações com rebeldes do ELN

A medida surge em resposta aos ataques do ELN no nordeste do país, que o presidente Gustavo Petro descreve como crimes de guerra.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou a suspensão das negociações de paz com os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), acusando o grupo de cometer crimes de guerra na região de Catatumbo, na fronteira da Colômbia com a Venezuela.

“O processo de diálogo com este grupo está suspenso; o ELN não tem vontade de paz”, disse Petro em uma postagem nas redes sociais na sexta-feira.

Na quinta-feira, combatentes do ELN mataram pelo menos cinco membros do grupo rebelde desmobilizado Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), informou a agência de notícias Reuters.

O ELN também lançou ataques contra uma facção dissidente das FARC conhecida como Estado Mayor Central (EMC), que está envolvida em conversações de paz separadas com o governo.

Carlos Ruiz Massieu, representante do chefe das Nações Unidas, Antonio Guterres, na Colômbia, condenou os ataques e apelou à proteção dos civis.

“Apelo aos grupos armados para que cessem as ações violentas”, disse Massieu numa publicação no X na quinta-feira. “A verdadeira vontade de diálogo exige o respeito pela vida daqueles que optaram pela paz”.

No ano passado, o governo Petro chegou a uma trégua de seis meses e iniciou um processo de paz com o ELN, que expiraria em Fevereiro.

Mas os confrontos têm repetidamente prejudicado as conversações, que foram suspensas em Setembro, após um ataque mortal do ELN contra forças governamentais. As negociações foram retomadas no final de 2024.

A Colômbia tem enfrentado uma guerra de décadas com grupos rebeldes de esquerda, alguns deles ligados ao tráfico de drogas.

O país alcançou um acordo histórico em 2016 que pôs fim aos combates com as FARC e viu membros do grupo deporem as armas. Mas a violência com as facções dissidentes do ELN e das FARC que não reconheceram o pacto de 2016 continuou.

Quando o esquerdista Petro assumiu o cargo em 2022, prometeu “paz total” no país e tentou pressionar por cessar-fogo com grupos armados.

“Trabalharemos incansavelmente para levar paz e tranquilidade a todos os cantos da Colômbia. Este é o governo da vida, da paz, e é assim que será lembrado”, disse Petro em seu discurso de posse.

Embora a sua estratégia tenha reduzido a violência, as lutas internas dos rebeldes e os confrontos com o exército colombiano persistiram.

“Os grupos armados continuam a cometer graves abusos contra civis e a expandir a sua presença em todo o país”, afirmou a Human Rights Watch num relatório recente.

“As forças de segurança e as autoridades judiciais falharam muitas vezes na proteção eficaz da população, na garantia do acesso das vítimas à justiça e na investigação e desmantelamento significativos de grupos criminosos.”

Esta semana, Guterres reiterou o seu apelo ao fim dos combates.

“Apelo às partes para que estabeleçam um novo cessar-fogo o mais rapidamente possível, com um mecanismo robusto de monitorização e verificação e um âmbito suficientemente amplo para aumentar a segurança das comunidades afetadas pelo conflito”, disse o secretário-geral da ONU num comunicado.

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