Cidades costeiras “não estão fazendo o suficiente” para se adaptar às mudanças climáticas, mostra estudo
Paris:
As cidades costeiras não estão fazendo o suficiente para se adaptar às mudanças climáticas, demorando muito e implementando medidas insuficientes, de acordo com um importante estudo publicado esta semana.
Embora barreiras contra inundações e sistemas de bombeamento sejam um passo na direção certa, “em todas as regiões e grupos de renda, a adaptação relatada cientificamente em cidades costeiras continua com profundidade, escopo e velocidade bastante baixos”, disse o estudo publicado na Nature Cities, que analisou 199 cidades no mundo todo.
Dada a elevada exposição e vulnerabilidade de muitos cidades costeiras“esta descoberta é alarmante, pois a adaptação às futuras mudanças climáticas exigirá que muitas cidades vão além da gestão de riscos usual”, afirmou.
Soluções de curto e médio prazo, como muitas cidades estão implementando, podem até ter um efeito adverso, alertou o estudo, levando a um “bloqueio e dependência de caminho mal-adaptativo no longo prazo”.
Em vez de, adaptação deve ter como objetivo a “transformação” das cidades — uma mudança tanto na infraestrutura quanto no nível institucional.
Modelos positivos citados no relatório incluem Cingapura, Hong Kong e diversas cidades suecas.
Mas, na maioria das vezes, o estudo descobriu que as cidades costeiras se concentram principalmente no combate à elevação do nível do mar, a vários tipos de inundações e, em menor grau, aos riscos representados pela erosão e tempestades.
E para os cientistas, esse âmbito é demasiado estreito — as cidades precisam de abordar outros problemas relacionados com mudança climáticacomo ondas de calor.
Instituições e famílias
Ao comparar dados de 199 cidades, listados em 683 artigos científicos, os pesquisadores descobriram que os atores que impulsionam a adaptação mudaram de acordo com o país e a categoria de renda.
As áreas costeiras mais ricas adotam uma abordagem tecnológica para lidar com as mudanças climáticas e os principais participantes são as instituições.
Entretanto, as cidades de rendimento mais baixo, localizadas principalmente em África, Ásia e Sul e Centro, Américanão têm outra escolha a não ser confiar em um esforço “comportamental e cultural” para que as populações se adaptem.
Em cidades costeiras de baixa renda, há falta de suporte institucional e/ou tecnológico, o que torna “mais provável que indivíduos/famílias sejam relatados como principais atores da adaptação”.
As economias mais pobres continuam sub-representadas na literatura científica, o que complica sua adaptação.
“Uma lacuna considerável na pesquisa que precisa ser abordada urgentemente”, alertou o estudo.
(Com exceção do título, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)