Google apresenta queixa antitruste à UE acusando a Microsoft de sufocar a concorrência na nuvem
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Google apresentou uma queixa antitruste à Comissão Europeia na quarta-feira acusando Microsoft de usar contratos de licenciamento injustos para sufocar a concorrência no setor multibilionário de computação em nuvem.
No centro da reclamação do Google está a alegação de que a Microsoft usa termos de licenciamento injustos para “prender” clientes e exercer controle sobre o mercado de nuvem.
O Google alega que a Microsoft, por meio de seus produtos dominantes Windows Server e Microsoft Office, pode dificultar que sua enorme lista de clientes use qualquer coisa que não seja sua oferta de infraestrutura de nuvem Azure.
A gigante da internet disse em sua reclamação que as restrições contidas nos termos de licenciamento de nuvem da Microsoft dificultam que os clientes movam suas cargas de trabalho da tecnologia de nuvem Azure da Microsoft para nuvens de concorrentes, apesar de não haver barreiras técnicas para isso.
Empresas europeias e organizações do setor público foram forçadas a pagar à empresa até 1 bilhão de euros (US$ 1,1 bilhão) por ano em multas de licenciamento devido a restrições à capacidade dos clientes de mudar de um provedor de nuvem para outro, disse o Google, citando um estudo de 2023 da CISPE, um órgão comercial do setor de computação em nuvem.
Em um resumo da reclamação, o Google — que ocupa o terceiro lugar globalmente no mercado de computação em nuvem, atrás dos líderes de mercado Amazon Web Services e Microsoft Azure, respectivamente — disseram que a Microsoft “prejudica a segurança cibernética e prejudica a inovação”.
De acordo com o Google, se uma empresa executa o pacote de ferramentas de produtividade Office da Microsoft e outros aplicativos no Google Cloud Platform ou em outras nuvens concorrentes, ela é efetivamente obrigada a pagar um “imposto” na forma de altas taxas de licenciamento para a Microsoft.
O Google disse que a Microsoft prejudicou a concorrência na nuvem e se referiu às conclusões de um estudo da Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido, que determinou que a Microsoft adquiriu mais de 60% a 70% de todos os novos negócios britânicos em 2021 e 2022.
O Google também sugeriu que as práticas de nuvem da Microsoft podem ter tornado as empresas mais propensas a problemas de segurança.
Em uma entrevista com Arjun Kharpal, da CNBC, na quarta-feira, Amit Zavery, chefe de plataforma do Google Cloud, disse que o Google acredita que a Microsoft está “100%” violando as regras antitruste da UE.
“Gostaríamos que o mercado de nuvem permanecesse e se tornasse muito vibrante e aberto para todos os provedores, incluindo fornecedores europeus, fornecedores como nós, AWS e outros”, disse Zavery.
“Hoje as restrições não permitem escolha para os clientes”, disse Zavery. “Hoje as restrições não permitem escolha para os clientes”, disse ele, acrescentando que a Microsoft incluiu restrições quando percebeu o enorme potencial comercial da tecnologia.
“Então, gostaríamos que essas restrições fossem removidas e permitíssemos que os clientes tivessem e escolhessem qualquer provedor de nuvem que eles achassem melhor para eles comercial e tecnicamente”, acrescentou.
Zavery disse à CNBC que se a Microsoft fizer alterações em seus termos de licenciamento de nuvem como resultado de sua reclamação, o Google e os clientes de nuvem em geral ficariam “muito felizes”.
A reclamação antitruste do Google surge depois que uma série de empresas de nuvem fecharam um acordo com a Microsoft em julho, o que levaria a empresa a fazer mudanças para lidar com preocupações de concorrência.
A CISPE disse na época que a Microsoft trabalharia com seus membros para lançar uma versão aprimorada do Azure Stack HCI, um produto de infraestrutura de nuvem, para oferecer os mesmos recursos dos quais os clientes da Microsoft que usam seu produto Azure atualmente se beneficiam.
O Google, que não é membro da CISPE, disse que discordava do acordo e optou por não participar do acordo. A Amazon Web Services, que é membro da CISPE, e AlibabaA unidade de nuvem da AliCloud também optou por não fazer parte do acordo.
Por sua vez, a Microsoft negou que suas práticas de nuvem prejudiquem a concorrência. Em resposta a um estudo de mercado de nuvem iniciado pela Competition and Markets Authority do Reino Unido, a empresa disse que “acredita firmemente que o mercado de serviços de nuvem está funcionando bem”.