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Mapeando os protestos israelenses desde 7 de outubro

Protestos antigovernamentais em larga escala continuam em Israel à medida que cresce a pressão para que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garanta um acordo de cessar-fogo em Gaza.

Na segunda-feira, o maior sindicato de Israel convocou uma greve geral depois que os militares recuperaram os corpos de seis prisioneiros israelenses no sul de Gaza.

A manifestação desta semana marca um dos maiores protestos já vistos em Israel, com cerca de 500.000 pessoas reunidas em Tel Aviv e outras cidades.

Uma foto tirada por drone de manifestantes se reunindo para mostrar apoio aos reféns que foram sequestrados durante o ataque mortal de 7 de outubro, em meio ao conflito em andamento em Gaza entre Israel e o Hamas, em Tel Aviv, Israel, em 1º de setembro de 2024. [Oren Alon/Reuters]
Israelenses protestam em Tel Aviv após corpos de seis prisioneiros serem encontrados em um túnel de Gaza [Oren Alon/Reuters]

Protestos aumentam desde 7 de outubro

De acordo com dados compilados pelo Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED), entre 7 de outubro de 2023 e 30 de agosto, houve pelo menos 1.240 manifestações em Israel e elas estão se tornando cada vez mais frequentes.

Das manifestações analisadas, menos de 20 foram classificadas como apolíticas pelo ACLED.

INTERATIVO - Protestos israelenses em ascensão-1725442123

Por que os protestos estão ocorrendo?

Antes de 7 de outubro, os protestos giravam em torno da tentativa do governo de impor seu poder sobre o judiciário, o que, segundo os críticos, ajudou Netanyahu a evitar acusações de corrupção.

Desde 7 de outubro, quase 86% das manifestações foram devido à guerra israelense em Gaza, com manifestantes pedindo um acordo de cessar-fogo com o Hamas para libertar os prisioneiros mantidos em Gaza.

Pelo menos 494 protestos foram direcionados contra o governo de Netanyahu, exigindo eleições antecipadas, em grande parte devido à forma como ele lidou com a guerra.

Quarenta e oito protestos foram contra a inclusão de homens judeus ultraortodoxos no serviço militar nacional obrigatório.

Treze protestos se concentraram em restaurar a segurança em áreas sob ataque do Hezbollah em meio à escalada contínua na fronteira entre Israel e Líbano.

INTERATIVO - Por que os protestos estão ocorrendo em Israel

Mais de 90 prisioneiros ainda estão mantidos em Gaza, tomada em 7 de outubro pelo Hamas após um ataque a Israel liderado pelo grupo, durante o qual cerca de 240 pessoas foram capturadas e 1.139 mortas.

Em novembro do ano passado, os negociadores garantiram um cessar-fogo temporário por sete dias, dando esperança a muitas das famílias que agora se manifestam.

O cessar-fogo resultou na libertação de 105 prisioneiros, em troca de 210 prisioneiros palestinos, principalmente mulheres e crianças, mantidos pelas forças israelenses.

No entanto, outros prisioneiros morreram em Gaza e as pessoas culpam Netanyahu, dizendo que ele não quer um cessar-fogo.

Em julho, uma pesquisa descobriu que 72% dos israelenses achavam que Netanyahu deveria renunciar por não ter conseguido impedir o ataque de 7 de outubro.

Onde estão ocorrendo os protestos?

Dos 1.240 protestos registrados desde 7 de outubro, 336 ocorreram em Tel Aviv, representando um quarto do total, seguidos pelas Montanhas da Judeia, em Jerusalém, com 201 eventos, e Hadera, com 111.

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Principais locais de protesto:

  • Tel Aviv – 336
  • Montanhas da Judeia – 201
  • Hadera – 111
  • Haifa – 93
  • Sharon do Sul – 72
  • Sharon Ocidental – 55
  • Berseba – 43
  • Rehovot – 37 [Can’t see it on the map above]
  • Besor – 29 [Can’t see it on the map above]
  • Petah Tiqwa – 28 [Can’t see it on the map above]

Quando os protestos foram maiores?

Dos 10 maiores protestos analisados ​​entre 7 de outubro e 30 de agosto, oito ocorreram em Tel Aviv.

INTERATIVO - Linha do tempo dos protestos israelenses-1725442111

Em 13 de janeiro, estima-se que 120.000 pessoas foram às ruas em Tel Aviv. O protesto de 24 horas marcou 100 dias desde que Israel lançou sua guerra em Gaza e contou com a presença de famílias de prisioneiros ainda em Gaza e de um ex-presidente da Suprema Corte.

Protesto na 'Praça dos Reféns' em Tel Aviv marcando 100 dias desde 7 de outubro, 13 de janeiro de 2024 [Alexandre Meneghini/Reuters]
Protesto na 'Praça dos Reféns' marcando 100 dias desde 7 de outubro, em 13 de janeiro de 2024 [Alexandre Meneghini/Reuters]

Em 13 de maio, para marcar o Memorial Day, cerca de 100.000 pessoas se reuniram na chamada “Praça dos Reféns” em Tel Aviv para pedir a libertação dos prisioneiros.

Manifestação realizada em Tel Aviv sob o lema “Nossa esperança ainda não está perdida” em apoio à libertação dos reféns após os ataques de 7 de outubro, 13 de maio de 2024 [Shannon Stapleton/Reuters]
Manifestação em Tel Aviv sob o lema “Nossa esperança ainda não está perdida” para pedir a libertação dos prisioneiros, em 13 de maio de 2024 [Shannon Stapleton/Reuters]

Um acordo de cessar-fogo parecia promissor no final de maio, mas Netanyahu acrescentou condições adicionais não negociáveis ​​que dificultaram as negociações.

Em 1º de junho, cerca de 120.000 pessoas protestaram em Kaplan Junction, em Tel Aviv, pedindo eleições antecipadas devido à forma como o governo de coalizão de Netanyahu lidou com a guerra.

Protesto contra o governo do primeiro-ministro israelense Netanyahu e para pedir a libertação de reféns, em Tel Aviv, 1º de junho de 2024 [Marko Djurica/Reuters]
Protesto contra o governo de Netanyahu, pedindo a libertação de prisioneiros, em Tel Aviv, 1º de junho de 2024 [Marko Djurica/Reuters]

Os últimos protestos desta semana, organizados pelo principal sindicato de Israel, o Histadrut, convocaram uma greve nacional, o que levou o país a uma paralisação econômica até que um tribunal trabalhista ordenou seu fim.

Durante a guerra, o Hamas disse que libertaria prisioneiros se Israel encerrasse a guerra em Gaza, se retirasse do enclave e libertasse vários prisioneiros palestinos.

Israel matou quase 41.000 pessoas em sua guerra em Gaza.

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