Por que a estrela da ilha de Gilligan, Alan Hale Jr., não teve permissão para perder peso como capitão
Quando Sherwood Schwartz estava criando “Gilligan’s Island” em 1964, ele projetou a série como se fosse um programa de animação. Era para ser uma farsa ampla e irrealista, então Schwartz não teve problemas em transformar “A Ilha de Gilligan” em algo colorido e artificial. Os personagens, em sua maioria, usavam as mesmas roupas todos os dias, permitindo que Schwartz os codificasse por cores. Gilligan (Bob Denver) sempre usava camisa vermelha de manga comprida e boné de marinheiro. O Capitão (Alan Hale) sempre usava azul e usava chapéu de capitão. O Professor (Russell Johnson) sempre usava calça e camisa branca com as mangas arregaçadas. Ginger (Tina Louise) pode ter mudado muitas vezes, mas ela sempre usava algo glamoroso e seu cabelo ruivo estava sempre com mechas.
Além do mais, Schwartz aparentemente ficou de olho nas silhuetas dos personagens. Uma das razões pelas quais The Skipper e Gilligan surgiram como uma dupla de comédia tão eficaz foi que Gilligan era magro e manso e o Skipper era rotundo e imponente. Hale interpretou o capitão com muito cuidado, retratando-o como temperamental e abraçável ao mesmo tempo. Suas diferenças físicas eram marcantes e evocavam a dupla de Stan Laurel e Oliver Hardy, ou Bud Abbott e Lou Costello.
Quando Hale fez o teste para “Gilligan's Island”, ele pesava cerca de 7 quilos a mais que sua média. Ele provavelmente teria perdido o peso necessário para interpretar o papel – Hale era um ator dedicado – mas em uma entrevista antiga de 1964 publicada no Hartford Courant (facilmente reimpresso pela MeTV), ele revelou que os produtores pediram para ele reter todo o peso que tinha. Evidentemente, eles gostaram que o Skipper fosse um cara maior, sentindo que isso agregava ao personagem. Felizmente, Hale não teve problemas em manter os 15 quilos extras.
Amando os 15 extras
A paz de Hale com seu acolchoamento extra era clara. Ele gostou de sua aparência e ficou aliviado por não ter que cuidar de sua dieta. Mais do que isso, porém, Hale entendia que era um ator profissional e raramente era contratado para liderar matinês de Hollywood. Os maiores papéis de Hale, antes de “Gilligan’s”, apareceram na TV interpretando os personagens-título em programas como “Casey Jones” de 1957 e “Biff Baker, EUA”, de 1952, mas ele mais frequentemente interpretou personagens coadjuvantes e companheiros cômicos.
Hale estava em paz com isso, amando seu ofício e mantendo-se ocupado. Na verdade, uma olhada na filmografia de Hale revela uma atividade quase constante, com o ator aceitando todos os empregos disponíveis. Se “Gilligan's Island” quisesse que ele mantivesse um pouco de peso extra, ele ficaria feliz em fazê-lo. Hale disse:
“O peso adicional não me incomoda. […] Carrego-o muito bem e, além disso, posso comer o que quiser. […] O produtor da nova série não quer que eu perca um quilo. Ele diz que meu peso acrescenta peso ao meu papel. […] Eu adoro atuar. Comigo, é um modo de vida, mas eu não poderia me importar menos se me tornaria ou não um ator, se é que você me entende. Meu pai era um ator profissional, nem um pouco preocupado com as estrelas. Eu vou me contentar com isso. Enquanto houver um trabalho pelo qual ansiar, estou contente.”
Esta entrevista, lembre-se, foi dada antes de Hale saber que “Gilligan’s Island” se tornaria o grande sucesso que foi. Ele não tinha ideia disso o capitão se tornaria um de seus papéis mais reconhecidos. Se Hale parecia feliz diante das câmeras, é porque ele estava. Era um trabalho lucrativo, e ele pôde exercer suas habilidades cômicas com desenvoltura, sem mencionar que não precisava fazer dieta.